Das 44 mil toneladas de abóboras produzidas na Região Oeste, com um valor de mercado aproximado à saída das centrais hortícolas de 10 milhões de euros, cerca de 74% é armazenada e comercializada por empresas localizadas no concelho da Lourinhã, sendo o concelho com maior importância nacional ao nível da produção de abóbora. Existem cerca de 1500ha de abóbora na região, cerca de mil ha estão na Lourinhã.
Estimando-se que cerca de 30% do mercado total das abóboras circula fora destas centrais, podemos considerar que na sua totalidade a Região Oeste produz, em média, próximo de 44 mil toneladas de abóbora. Assim, estimando uma produção média de 30 toneladas/ha de abóboras podemos considerar que são cultivados cerca de 1460 ha de abóboras na Região Oeste.
As principais dificuldades no âmbito da produção e comercialização da cultura da abóbora na Região Oeste têm que ver com a conservação pós-colheita dos frutos, pois a produção é armazenada durante um período de tempo longo e variável em função do comportamento do mercado nacional e internacional (Setembro – Maio). Dependendo das práticas culturais concretizadas no campo, do período e condições de armazenamento, assim como das condições climáticas, as perdas consequentes do desenvolvimento de pragas e doenças em armazenamento podem representar entre 25% e 60% da totalidade da produção.
Para aumentar o poder de conservação dos frutos e reduzir as perdas é necessário o desenvolvimento e implementação de uma estratégia integrada de intervenção ao longo de toda a cadeia, da produção ao armazenamento. Para tal, é necessário ter em conta que as tecnologias e restantes recursos afectos à produção e armazenamento de abóboras na região são bastante heterogéneas. Apesar de nos últimos anos termos assistido a uma maior concentração dos frutos armazenados, o armazenamento é bastante fragmentado. Por outro lado, a maior concentração do armazenamento não se tem traduzido em melhorias substanciais na qualidade do armazenamento praticado.
A importância do regadio tem aumentado bastante nos últimos anos, sendo actualmente a área regada mais importante do que a restante na totalidade da produção, no entanto, a rega é pouco monitorizada e a sua prática é maioritariamente assumida como um complemento ao cultivo de “sequeiro”, isto é, a cultura da abóbora não é assumidamente uma cultura de regadio. A rega é assegurada com equipamentos móveis que conferem pouca agilidade ao sistema de rega e impossibilitam as melhores práticas de regadio com repartição equilibrada do fornecimento de água em função das necessidades culturais. As estratégias de fertilização também são bastante heterogéneas, mas nos últimos anos têm aumentado o número de fertilizações de cobertura veiculadas por rega e o recurso a adubos de libertação controlada, o que possibilitou melhorar os níveis de produção e reduzir impactos ambientais. O conhecimento rigoroso das necessidades hídricas da cultura, assim como das necessidades nutricionais ao longo do ciclo da cultura para as principais cultivares e para as nossas condições edafoclimáticas são certamente áreas do conhecimento fundamentais para melhorar a viabilidade socioeconómica e ambiental desta cultura, na Região Oeste em particular.